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É preciso ter lata
21 NovCavaco Silva cada vez que fala brinda-nos com matéria prima suficiente para encher blogs de comentários e sátira. Então não é que desta vez, o presidente, tal qual um enviado da troika que acabou de aterrar na Portela e que esteve a ler uns relatórios sobre Portugal, se lembrou de dizer que os portugueses se esqueceram do mar, da agricultura e da indústria? Então onde é que andou este tempo todo? Não foi ministro das finanças? Não foi primeiro-ministro? Não foi líder de um dos maiores partidos políticos? Não é Presidente da República?
Mais vale tarde do que nunca e só não muda de ideias quem é burro, costuma dizer o povo, mas Cavaco leva os ditados populares ao ridículo. Fala como se todos fossem um bando de idiotas e incompetentes e ele a alta autoridade e dono da verdade absoluta. Ele que, em 10 anos como primeiro-ministro, com já 6 de Presidente da República e como o político com mais tempo em cargos de elevada responsabilidade desde o 25 de Abril, certamente não terá responsabilidade alguma.
Cavaco: portugueses esqueceram o mar, a agricultura e a indústria
De Angola com amor
19 NovChama-se Álvaro Domingos e ainda não consegui perceber se é uma espécie de gato fedorento angolano ou se pretende ser um cronista sério. Uma verdadeira obra prima este artigo.
“Angola tem sido, sobretudo nos últimos dez anos, o baluarte da democracia e da liberdade na comunidade de países que falam a língua portuguesa. Num momento em que surgem visíveis sinais de violência sobre cidadãos indefesos, temos de cerrar fileiras e exigir que Portugal respeite os direitos humanos.
A polícia portuguesa devia vir a Luanda fazer uma formação com a nossa Política de Intervenção Rápida.”
Que fazer?
15 NovJá o disse aqui que para mim esta Greve Geral pouco ou nada me diz e a única boa notícia é que ela foi europeia. Sinceramente creio que todas estas acções, movimentos e manifestações, por muita legitimidade e força que tenham, pouco ou nada valem enquanto não houver uma alternativa política credível e forte. Não creio ser o único a pensar que todo este folclore militante está destinado à esterilidade. A malta entretém-se, vai a umas manifestações, escreve umas bordoadas no facebook, tem a ilusão de poder e no fim vamos a eleições e sabe-se como é. As coisas continuam como estão, a malta entretanto chateou-se com os egos ou com as desilusões e vai tratar da vidinha ou então pregar para outra freguesia.
Mais do que nunca importa hoje criar uma verdadeira alternativa política de poder. Juntar forças, juntar vozes e ideias. Importa juntar movimentos de cidadãos, grupos dispersos, independentes e todos aqueles que estejam dispostos a criar entendimentos. Importa trazer novas ideias e novas bandeiras à política. Importa reformar o sistema político, importa definir estratégias sectoriais ao país numa perspectiva de longo prazo. Importa combater de forma implacável a corrupção. Importa pensar no país e no mundo de forma sustentável tendo em conta que só haverá humanidade se houver planeta.
Só com uma verdadeira e credível alternativa política a concorrer a eleições é que se conseguirá alterar a relação de poderes em Portugal. Tudo o resto, por mais voltas que dermos pouco ou nada mudará.
Sobre a greve geral
14 NovDizem os mais críticos que a greve é uma regalia de poucos. Que apenas quem tem emprego certo e para a vida é que se pode dar ao luxo de fazer greve. Todos os restantes: desempregados, precários, pequenos empresários, agricultores, assalariados-em-risco-de-serem-convidados-a-sair, etc, vão hoje trabalhar como em qualquer outro dia.
Talvez estes críticos tenham razão. De facto, não é qualquer um que pode fazer greve neste momento. Mais, quem se der ao trabalho de analisar as estatísticas, certamente chegará à conclusão que a greve tende a ser mais forte em locais onde os direitos dos trabalhadores estão mais garantidos. Faz sentido? Não muito de facto, mas são as coisas tal como elas são.
Duas pequenas notas sobre esta greve. Em primeiro lugar é importante realçar o carácter europeu deste protesto. Nunca se viu em tempo algum uma greve ter lugar ao mesmo tempo em vários países. Este aspecto é para mim o mais importante. Pouco se faz ou se pode fazer a nível nacional. É necessário que também na oposição haja uma procura de coordenação a nível europeu. Em segundo lugar, penso que a eficácia deste tipo de greves é quase nula. Tudo se resumirá a uma guerra de números ao final do dia entre a CGTP e o Governo. Os primeiros dirão 90% e os segundos dirão 20%. Como estaremos amanhã? Provavelmente na mesma.
Adenda: Cheguei a casa depois depois do jantar e só agora tive conhecimento dos desacatos em frente à Assembleia. Afinal parece que me enganei. Em vez de se andar a discutir números de adesão, a história desta greve se resumirá às provocações dos manifestantes e à carga policial. É lamentavel e não leva a lado nenhum.
“No tempo em que Cavaco falava” via Ana Sá Lopes
6 NovNuma altura em que Cavaco SIlva volta à ribalta pela sua eventual incapacidade de exercer o cargo de Presidente da República, Ana Sá Lopes vai ao fundo do baú desenterrar as “Crónicas de uma Crise Anunciada”, um livro publicado em 2001 que junta vários artigos do então Prof. de Economia e Finanças Públicas, Cavaco Silva.
Sobre Cavaco já quase tudo se disse, no entanto estas declarações conseguem ainda surpreender. Afinal reduzir a despesa pública em situação de crise é uma proposição errada? Então o Prof. andou a ensinar aos seus alunos que quando o crescimento económico de um país abranda, a política correcta é precisamente deixar que a receita fiscal baixe automaticamente e não cortar na despesa pública? Afinal em que ficamos? Estamos no caminho certo ou estas medidas vão apenas agravar a crise?
Relvas há muitos seu palerma!
17 JulNada melhor que este artigo para resumir o que penso sobre o “caso Relvas”. Muito mais do que um caso isolado de falta de ética ou de trauliteirismo político, esta história é uma consequência natural da forma como evoluiu o nosso sistema democrático. Pedir a demissão de Relvas ou fazer auditorias às Universidades é pensar que se cura um cancro com chás de cebola e algum exercício físico.
Como resultado, alguns ficarão revoltados. Juram a si mesmos não mais acreditar na política e nunca mais meter os pés numa assembleia de voto. Ou então libertam a sua raiva ao sabor de umas Super Bocks e papagueiam a quem quiser ouvir que isto é tudo uma cambada de gatunos e que a única solução é pegar em armas.
A raiz é da questão é bem mais profunda. Está nas juventudes partidárias (não todas, é certo, e há excepções). Está nas associações de estudantes e na forma como sobem na hierarquia os seus dirigentes. Está na falta de cultura política do nosso povo e na desmoralização e desmotivação da sociedade que assiste a todos estes fenómenos com um passivo fatalismo. Como se tivesse de ser assim. Como se não houvesse nada a fazer.
Enquanto não se atacar estas causas o Relvismo continuará a dominar o país, seja neste governo ou noutro qualquer.
Os salários milionários dos desportistas
20 JunSegundo a revista Forbes, que publica anualmente a lista dos desportistas mais bem pagos do mundo, o futebol não é o desporto mais bem pago do planeta. Ao todo, onze modalidades estão representadas nesta lista sendo o futebol americano, o boxe, o golfe, o ténis, o basquetebol e o futebol os desportos mais representados. As duas primeiras posições são ocupadas, imagine-se, por dois boxistas, sendo que o mais bem pago recebe nada mais nada menos do que o dobro de Cristiano Ronaldo que figura no 9º lugar da lista. No mundo do futebol David Beckam é o mais bem pago, Ronaldo o segundo e Messi o terceiro.